Blog do Kielse - Deputado Estadual Paraná

TRANSPORTE DE PONCÃ

Posted by On 07:09

KIELSE COMEMORA TRÉGUA NO TRANSPORTE DE CÍTRICOS COM RAMOS E FOLHAS PARA SANTA CATARINA

O deputado estadual e vice-líder do Governo na Assembleia Legislativa, Cleiton Kielse (PMDB), participou de audiência com o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento (SEAB), Valter Bianchini, acerca da proibição do trânsito interestadual de frutas cítricas com ramos e folhas, regulamentada pela Resolução 059/2009 da mesma secretaria e que atende à Instrução Normativa nº1, publicada em janeiro pelo Ministério da Agricultura (Mapa). Empresários e produtores de tangerina poncã do Vale do Ribeira, maior produtor do Brasil segundo dados do IBGE, estiveram presentes e demonstraram preocupação com o cumprimento imediato destas medidas oficiais, que visam evitar a disseminação do fungo pinta preta (Guignardia citricarpa) no país. Eles vêm sentindo o impacto das normas às vésperas do início da colheita e reclamam que tanto os trabalhos como as vendas podem ser prejudicados.

Com a nova instrução, ficaria permitido o comércio dos frutos no mercado interno, ainda que haja registro da praga, desde que isentos de material vegetativo (folhas e galhos) e que a Unidade de Produção esteja cadastrada no Sistema para Manejo de Risco (SMR). Segundo Kielse, seria preciso um processo de transição para que os citricultores se adaptem às novas regras. “Estamos buscando flexibilizar e evitar medidas bruscas de apreensão em outros estados na boca da safra, ao mesmo tempo que negociamos mudanças no orçamento do Estado com o objetivo de injetar recursos na citricultura para não só evitar problemas em 2010, como deixar nossas frutas aptas a exportação para todo o mundo”, explicou Kielse.

O secretário Valter Bianchini ressaltou que, apesar de tratar-se de uma resolução federal irreversível, a finalidade não é causar traumas nos agricultores. “A medida fitossanitária vem para ser seguida, mas não de forma traumática. Não queremos também excesso de zelo técnico, mas queremos impedir que a doença se alastre. Parece ser uma medida dura, mas ela protege o Vale do Ribeira, já que toda medida que visa não propagar a doença é boa para a nossa citricultura”, garantiu o secretário.

TRANSIÇÃO - Na última quarta-feira (13), representantes da área de sanidade vegetal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SDA/Mapa) e dos serviços de Defesa Agropecuária dos principais estados produtores de citrus se reuniram para tratar do assunto em Brasília. Na ocasião, foi obtida uma flexibilização por parte de Santa Catarina no trânsito interestadual da fruta, que tem exercido pressão para que as frutas sejam enviadas conforme a resolução do ministério. O estado vizinho, principal destino da tangerina paranaese, prometeu tomar uma “atitude educativa” até o dia 31 de maio, com as cargas em desconformidade sendo devolvidas à origem e sem punições mais severas.

Na reunião, os citricultores pediram maior prazo para se adequar às novas normas fitossanitárias que regulamentam a comercialização interna de cítricos, mas a solicitação não foi atendida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Porém, a atitude de flexibilização temporária por parte de Santa Catarina agradou o deputado Kielse, que pretende continuar lutando pelo desenvolvimento da citricultura no Vale, onde basicamente Cerro Azul, Doutor Ulysses, Itaperuçu e Rio Branco do Sul são responsáveis por 84% da produção do Estado.

Mesmo assim, o secretário Bianchini e o diretor do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária da Secretaria, Silmar Burer, ressaltaram que os produtores terão que se adaptar aos novos procedimentos. “A saída do Vale é a profissionalização desta produção. Temos que manter a preocupação com a qualidade dos produtos do Paraná mas, para isso, devemos fazer nosso dever de casa”, apontou Silmar.

DIFICULDADE - O cumprimento da legislação, segundo o vice-prefeito de Cerro Azul, João Carlos Hilman, tem preocupado os produtores, além da ausência de tempo para se adaptar às novas medidas, em primeiro lugar, por causa do relevo montanhoso da região, que impossibilita o corte com a tesoura por danificar a fruta e; em segundo lugar, pela suposta preferência do consumidor por frutos com ramos e folhas, que denotam o frescor da fruta. No caso de Cerro Azul, de acordo com as autoridades municipais, a aplicação imediata da medida causaria um “caos social” na cidade, que deve colher entre cinco e seis milhões de caixas de poncã este ano e empregar duas mil famílias, além dos trabalhadores temporários.

Porém, técnicos da área de Sanidade da Citricultura da SEAB, o município de Cerro Azul deve não apenas cobrar uma posição do governo sobre parcerias e investimentos para estruturar o setor, como também incentivar a educação de base fitossanitária, fazendo também como que o agricultor atue também como empresário, seja pequeno ou grande. Os técnicos da Seab vão orientar toda a cadeia produtiva dos citros para as novas medidas, desde a produção até as redes de supermercados e de comercialização.

PRESENÇAS – Participaram da reunião prévia com o secretário Valter Bianchini, além do deputado estadual Cleiton Kielse (PMDB) e do prefeito municipal de Cerro Azul, Dalton de Moura e Costa; o ex-prefeito municipal Adjahyr Bestel; o vice-prefeito de Cerro Azul, João Carlos Hilman; o presidente da Câmara de Vereadores, Josenei Raab; o presidente do Sindicato Rural de Cerro Azul, Ricardo Oliveira; Marcos Castro, da Casa Agrícola Castro.